Vulgo: Transporte Clandestino

     

             As vezes eu to no ponto de onibus saindo de BH para Itabirito. Pouco antes de chegar o onibus passam carros do chamado 'transporte informal'. Eles passam em frente o ponto e vidro abaixado perguntam "Ouro Preto ... Mariana?!" Eu respondo "...Itabirito!", eles chamam "Vamo?! Preço da passagem?!", se eu confiar no semblante do carro e do motorista eu costumo ir.
             O que me chama a atençao é que a grande maioria tem a seguinte reaçao quando os perueiros perguntam...
             Pessoa normal no ponto; perueiro grita "OP Mariana?"; Pessoa conserta a coluna firme, finge que nao ouviu nem viu nada e olha ainda de um lado pro outro roboticamente.
             Essas pessoas na verdade nao sao mal educadas. Sao androides sem recurso de resposta, tipo, logo logo estará disponivel no mercado robos com mensagem de voz! O perueiro para e pergunta: "Congonhas Ouro Branco Lafaiete?!", Robozinho voz de recarga de celular " Nao, obrigado. Meu onibus passará em CINCO minutos E CINQUENTA segundos. Boa tarde!"
             Quem nao vai gostar da novidade do robozinho falante vao ser as empresas de onibus. Porque para andar por uma hora em onibus velho, sem banheiro e pagar R$ 12,75, só robozinho mudo pra nao reclamar.




             Eu tive que trabalhar de Clandestino uma vez. Foi copa do mundo de 2010, numa terça-feira, Brasil vs Coreia do Norte! Tive que estar em Itabirito de manha e voltar pra BH a tarde pra dar aula. Fui pegar o onibus da unica empresa de transporte que faz o trajeto Itabirito/BH na hora do almoço. Depois de ficar uma hora no ponto, um dos que esperavam o onibus ficou sabendo por telefone que na verdade nao teve atraso. Simplesmente por causa do jogo da seleçao, a empresa de onibus resolveu fazer uma santafézinha e suspendeu os horarios daquele dia das 13hs até o termino do jogo (17:30). (AAh disseram que avisaram colocando um bilhete no guiche da empresa pela manha! Nem funcionario costuma ir lá! Olha o telefone na lista e liga para lá...rsrsrs) Eu pedi meu pai o carro emprestado, peguei os passageiros nos pontos e cheguei em BH. Dei minhas aulas voltei e dei o troco da gasolina pra ele. (Ele nao aceitou, ... num vou discutir com familia por causa de dinheiro!)

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