quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Fui pro Canadá fazer sucesso no Brasil



Imagina o que passa na cabeça de um jovem publicitário. Desde que era pequeno é elogiado/a pela sua criatividade. Chega a época de vestibular, não quer saber de engenharia, direito, medicina, nem nada, as vezes pensa em artes cênicas, mas não "Eu vou fazer é Publicidade!". 10 em cada 10 amigos falam que tem tudo a ver com ele. Ele/a sabe de cór os clássicos da propaganda, tem algumas ideias que fariam sentido! Passa apertado com os pais porque "Publicidade não vai te fazer milionário!", além de penar na faculdade. Se forma e fica um pouco decepcionado porque, mesmo com um diploma na mão ele trabalha em coisas que não são tão seu perfil, ele queria trabalhar na criação!
Agora imagina o mesmo publicitário vendo a propaganda mais famosa do momento, a da Luiza (que foi pro Canadá rsrs).

O carinha que fez a propaganda, que é no estilo daquelas da Pousada do Sandy (lembra? que passava antes de trailers de filme, na fita cassete ou em cinema!), fica bem para trás das da MRV, por exemplo. Eu imagino o publicitário que fez essa propaganda indo em conferências e tal e falando:

- É eu sou o "Jair" ou "Romualdo" fui eu quem criou/ bolei o comercial da 'Luiza que foi pro Canadá', tudo bem?

O complicado seria se ele quisesse se superar na próxima, já que nem ele mesmo sabe como que fez isso. Virar "hit na internet", ou video viral, é uma ciência complexa em cima de uma simplicidade: cair na graça de todo mundo! Todo mundo porque, enquanto uns vão compartilhar e comentar rindo alto em corredores e mesas de restaurantes, outros vão torcer o nariz e falar "não sei como umas 'besteira dessa' faz sucesso!"

O caso do "Menos a Luiza, porque está no Canadá." me fez lembrar da Rebeca Black, mas o mais engraçado é que a Luiza não teve uma música que todo mundo zuava e tal (a mãe da cantora americana pagou ao compositor de Friday Friday, 4.000 dolares), já a Luiza ficou famosa simplesmente porque ao invés de estar numa propaganda, estava no Canadá.


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ps: Meu viral preferido ainda é o do menininho do "Que cachorro o quê? Eu não sou cachorro não!" pro reporter.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto! A questão é que a subjetividade do "ser criativo" está tomando rumos tão estranhos... Impensável realmente esta história da Luiza! Acho que o povo demanda sim propagandas criativas, mas não é este o caso desta tal Luiza. Aposto mais na excelente propaganda do Itaú (rasgue seu demonstrativo)e dos Pôbeis Malditos que agindo com simplicidade criaram virais bem feitos e não apenas se tornaram por sorte ou coisa parecida. Rs!

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